Carlo Mollino foi um arquiteto multitalentos, desenhou prédios, teatros, mobiliário e carros, além de ser escritor com livros publicados, instrutor de esqui e piloto de acrobacias. O “artista” entrou na recém-fundada Real Escola Superior de Arquitetura em 1925/26, que funcionava nas dependências da Academia Albertina de Belas Artes de Turim, permitindo que o jovem Carlo entrasse em contato com um ambiente de pintores e artistas que desempenharam um papel fundamental em sua formação artístico-literária, estabelecendo amizades duradouras e colaborações. Já durante os anos universitários de Mollino e também após sua formatura, seu pai engenheiro autoritário o colocou para trabalhar, promovendo a colaboração de Carlo tanto no projeto quanto na supervisão da construção de edifícios. Esse aprendizado foi de fundamental importância no conhecimento de Mollino com a ciência da construção. Em 1933 publicou na revista Casabella um romance autobiográfico, “Vita di Oberon”, e ganhou seu primeiro concurso para projetar e construir um prédio de escritórios. Carlo viveu toda a sua vida em casa com seus pais, primeiro em Rivoli e depois em Turim, na Casa Miller, que montou especialmente para si próprio, e em que se alojava as vezes, embora também continuasse alugando pequenos apartamentos em Rivoli onde podia trabalhar, evitando assim o controle do pai, e onde podia encontrar os amigos. A eclosão da guerra o encontrou ocupado terminando o Clube de Equitação de Turim, e escapou do alistamento em função do trabalho. No pós-guerra publicou dois livros, sobre fotografia e esqui. Em 1942 obteve o diploma de instrutor de esqui. Com o fim da guerra, iniciou-se um período intenso e de trabalho árduo para Carlo Mollino, que se viu envolvido com arquitetura, design de interiores e escrevendo vários ensaios e livros. Em 1949 começou a lecionar na Faculdade de Arquitetura de Turim. Entre 1948-55 viveu sua história de amor mais importante com a escultora Carmelina Piccolis. Em dezembro de 1953 faleceu seu pai Eugenio e iniciou-se um período de crise pessoal para Carlo que, por cerca de cinco anos, abandonou quase completamente o trabalho de arquiteto. Em 1955 Mollino projetou o carro de corrida, maravilhoso, Bisiluro, que correu nas 24 Horas de Le Mans; em 1956 obteve sua licença de piloto de avião, e também nesse ano iniciou um projeto fotográfico sobre nus. O ano de 1959 viu seu retorno à arquitetura com o concurso Italia ’61 e o projeto do Lutrario Ballroom, abrindo assim um novo período de muitos trabalhos. A Câmara do Comércio e a Ópera Regio, ambas em Turim, são desse período. Ao mesmo tempo, o voo acrobático ocupava muito de sua energia, e Mollino só parou quando foi proibido por seu médico, pouco antes de sua morte. O artista montou um apartamento na Via Napione para criar um cenário para um de seus muitos talentos, as fotos Polaroid. Mollino, no início da tarde de 27 de agosto de 1973 , enquanto trabalhava sozinho em seu estúdio, foi acometido por uma crise respiratória que resultou em um ataque cardíaco fatal. Suas muitas habilidades impressionam. Seus desenhos são lindos e inspiradores. Grazie, Carlo Mollino!
Carlo Mollino: https://www.carlomollino.org/
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