Leonilson, na Pinacoteca em São Paulo, em exposição mais do que muito linda, que vai até 09.11.2014, tem curadoria acertadíssima de Adriano Pedrosa e reúne mais de 150 obras de José Leonilson, nascido em 1957 em Fortaleza e morto em 1993, em São Paulo. O nome da exposição “Leonilson: Truth, Fiction”, vem dos escritos presentes em um desenho de 1990, intitulado “Favorite game”. Entre os trabalhos, pinturas, desenhos, bordados, objetos e uma instalação originalmente montada na Capela do Morumbi, em 1993. A seleção concentra-se na produção “madura” do artista, com trabalhos realizados a partir de 1987, período que assinala a intensificação das qualidades sintéticas, ou “minimalistas”, na obra do artista – como em desenhos e bordados feitos com poucas linhas (para representar figuras diminutas e grafar textos breves, valorizando os vazios e as grandes áreas de cor) ou, ao contrário, em papeis e tecidos preenchidos por conjuntos de um mesmo elemento, comenta Pedrosa. Em 1991, Leonilson descobriu ser portador do vírus da Aids, o que influenciou enormemente sua produção, o que pode ser claramente observado nas obras que integram a imperdível exposição.

O artista José Leonilson.

Ninguém, obra de 1992, bordado sobre fronha e tecido.

As Oliveiras, aquarela e tinta sobre papel, obra de 1990.

De 1988, Todos os Rios.

Sem título, de 1990.

Empty Man, de 1991. Bordado sobre tecido, obra que pertence a coleção particular.

O Pescador de Pérolas, obra de 1991.

Traidor, de 1991, bordado com pedras e fio de cobre sobre tecido.

De 1992, O Mentiroso.

Obra feita especialmente para a coluna “Talk of The Town – O ti-ti-ti da cidade”, da jornalista Barbara Gancia na Folha de São Paulo, publicada entre 1991 e 1993.

Obra que ilustrou a coluna de Barbara Gancia.

A instalação feita originalmente para a Capela do Morumbi foi o último trabalho do artista, que Leonilson não chegou a ver finalizado em função de sua morte, em 1993, aos 36 anos. De família católica, Leonilson apropria-se da iconografia religiosa de maneira subversiva.