A Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, é uma das principais obras religiosas do século XIX no Brasil, e talvez a mais bonita. Em 1609, a nau Candelária aportou no Brasil depois de uma tempestade, e o casal espanhol Antônio Martins Palma e Leonor Gonçalves, cumpriu a promessa feita em alto mar, construir uma capela. Localizada em frente a Baia de Guanabara, então principal entrada da cidade, a capela foi reformada no século XVIII já pela segunda vez, e inaugurada em 1811, ainda inacabada, por D. João VI. O projeto de Francisco João Roscio, engenheiro militar português, previa apenas uma nave, número ampliado para três em reformas posteriores. A cúpula do transepto, um problema de engenharia na época, foi resolvido em 1877, depois da intervenção de vários arquitetos como Justino de Alcântara, Francisco Joaquim Béthencourt da Silva e o alemão Carl Fridrich Gustav Waehneldt. As diversas partes da cúpula, em pedra de lioz portuguesa, foram feitas em Lisboa, assim como as oito estátuas que a enfeitam, esculpidas pelo português José Cesário de Salles. Quando terminada, a cúpula da Candelária era a mais alta construção da cidade. O revestimento interior das paredes e colunas, feito em um segundo momento em mármores italianos policromados, foi desenhado por Antônio de Paula Freitas e Heitor de Cordoville. As pinturas murais no interior da Igreja foram executadas por João Zeferino da Costa, pintor e professor da Academia Imperial de Belas Artes, sendo essas consideradas suas obras-primas. Outros detalhes importantes do interior são o altar-mor de Archimedes Memoria, os vitrais alemães e os enormes púlpitos em estilo art nouveau do escultor português Rodolfo Pinto do Couto. Em 1901, foram instaladas as belas portas de bronze na entrada da igreja, obra do português Teixeira Lopes. Depois de tantas reformas e mais de 400 anos da edificação original, uma certeza. A Candelária é uma das igrejas mais lindas do mundo.
Fotos: Hardecor
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