Quando você pensa em apartamentos parisienses, na maioria das vezes, é a versão “haussmaniana” do século XIX que vem à mente. Abençoados com tetos altos, molduras de gesso ornamentadas, janelas uniformes até ao chão e lareiras de mármore, estes apartamentos são o epítome da elegância parisiense, especialmente quando renovados para refletir um estilo contemporâneo de sofisticação moderada. Grande parte de Paris, até o início da década de 1850, contava com ruas estreitas, sem iluminação, sem sistema de esgoto e casas de madeiras deterioradas. O imperador Napoleão III (sobrinho de Napoleão Bonaparte), após uma visita a Londres, onde se encantara com a modernidade e organização da capital inglesa, deu instruções ao Barão George-Eugène Haussmann, então chefe de departamento de Paris (um cargo equivalente a prefeito nos dias atuais) para reconstruir a cidade com grandes, espaçosas e seguras avenidas. Entre os anos de 1853 e 1870, regiões inteiras da cidade seriam demolidas e substituídas por edifícios e vias modernas. Haussmann levou tão a serio a tarefa que derrubou até a casa onde cresceu, e transformou Paris na cidade como conhecemos hoje. A Maison Sémonville desafia a perfeição da tipologia haussmaniana e abraça a sensibilidade do design de interiores com o conceito “menos é mais”. “Hôtel particulier” do século XVII construído no início do reinado de Luís XIV, o apartamento foi ecleticamente remodelado pelo escritório de design de interiores CM Studio Paris, valorizando o patrimônio arquitetônico do edifício e da vida do seu ocupante original, Charles-Louis Huguet de Montaran, o marquês de Sémonville. Fundado por John Coury e Florent Maillard, que compartilham uma paixão por arquitetura, história e antiguidades, o CM Studio Paris é atraído por projetos que envolvem edifícios históricos, criando designs de interiores em perfeita harmonia com a arquitetura. No caso deste projeto, mais do que tudo, a dupla se inspirou na vida do marquês de Sémonville, embaixador da França no Império Otomano. A herança barroca da mansão centenária foi a grande inspiração para a completa reestruturação do interior do edifício e, ainda assim, engenhosamente, tudo parece ter sido sempre assim. Suspensos no tempo, os interiores ricamente cobertos de antiguidades exibem uma estética eclética que não tanto rejeita a modernidade, mas parece inconsciente de sua existência.
CM Studio Paris: https://www.cmstudioparis.com/en/home
via: https://www.yatzer.com/maison-semonville; https://parissempreparis.com/o-barao-haussmann-e-paris-que-conhecemos-hoje/
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