A reforma de uma casa histórica em Londres

A Inglaterra é um país onde as regras são abundantes sobre o que é e o que não é apropriado para as construções históricas – especialmente em Hampstead, uma amada “aldeia” de Londres com um rico passado e presente cultural. Nada disso parece incomodar o arquiteto, designer de interiores e educador americano Bruce Irwin. “Acho certo quebrar as regras, se você fizer isso com amor”, diz ele sobre sua casa, um terraço georgiano de cinco andares construído em 1735 em uma das ruas mais bonitas da região, onde mora com o marido, Pedro Font-Alba, também arquiteto. A casa histórica, com sua vibração pop-ousada, parece fresca e divertida. Os clientes americanos de Irwin, donos da casa, mudaram os planos durante os estágios finais da reforma, e ofereceram a propriedade para ele, que recusou. Alguns meses depois, os clientes insistiram: “Achei melhor pelo menos verificar com Pedro, ou ele pode se divorciar de mim”, entrega Irwin. Dada a proximidade do casal com a residência durante toda a reforma, Irwin e Font-Alba se sentiram em casa logo após se mudarem. No início do projeto, Irwin não se incomodou ao assumir uma casa com quase 300 anos. “Adoro lugares com atmosfera e fui atraído pela escala, pelo bairro tranquilo e pelos clientes maravilhosos”, diz ele. A casa, que pertencera à mesma família no século passado, estava relativamente intocada. “Era como um baú do tesouro”, diz ele, olhando para trás. Com essas vantagens vieram as desvantagens, em parte por causa da listagem Heritage Grade II do edifício. O status de prestígio traz consigo inúmeras regras sobre o que se pode e não pode fazer nas instalações e processos de aprovação demorados. Irwin usou esse tempo extra para se educar, visitando edifícios georgianos e conhecendo especialistas. “Tive que aprender o suficiente para encontrar as pessoas certas”, diz ele, “de engenheiros estruturais a estucadores tradicionais”. 

Irwin reorganizou a casa mudando a cozinha, que ficava no piso inferior,  para o andar térreo, ao lado da sala de jantar. Para manter os inspetores felizes, Irwin mandou pendurar a elegante cozinha branca em uma estrutura de aço que fica bem em frente aos antigos painéis de madeira. A mudança da cozinha liberou o piso térreo para se tornar uma suíte de hóspedes – ideal para os muitos amigos visitantes do casal – composta por um banheiro e sauna a vapor em um dos quartos abobadados que se estendem sob a estrada. Os três andares superiores são dedicados a uma sala de estar e estudo, uma suíte master e mais quartos de hóspedes na parte superior da casa.

Tendo visitado muitos edifícios comparáveis ​​como parte de sua pesquisa, Irwin sentiu que os esquemas de cores georgianos convencionais eram muito escuros e opressivos para este projeto. Sabendo que os proprietários gostavam do estilo escandinavo, ele se inspirou nos tons pastéis suaves da era gustaviana sueca. “É um período semelhante a esta casa, com um ar leve e de verão”, diz ele. Irwin queria que os móveis fossem funcionais e resistentes, então optou por reedições de clássicos do design do século XX, com metal tubular e estofamento de couro como temas recorrentes – e muitas cores vivas. A principal contribuição do casal como guardiões da casa é, sem dúvida, sua coleção de arte. Ambos são apaixonados pela arte espanhola emergente: “Somos atraídos por peças que têm uma estética forte, seja através da cor, geometria ou materiais – e uma poderosa agenda política também”. De fato, a coleção de arte provocante – e os próprios proprietários – deram nova vida a esses quartos centenários. 

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