A Grande Beleza, filme italiano vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2014, é de fato lindo. A fotografia faz jus a Roma, grande protagonista do longa do diretor Paolo Sorrentino. Jep Gambardella, interpretado por Toni Servillo, é um escritor consagrado na juventude, boêmio inveterado, que se depara com a nulidade de sua rotina aos 65 anos. Àquela altura da vida, não tem grandes pretensões a não ser driblar o tédio com noitadas regadas a bebida, música eletrônica, relacionamentos fugazes e conversas sobre a chateação de se viver em um período de decadência estética. Segundo os críticos, a referência à “A Doce Vida”, de Federico Fellini, é clara. A excentricidade dos milionários que encaram, quando já não conseguem mais disfarçar, a opulência inconsistente e a angústia oriunda desta constatação, se traduz para Jep como uma inquietação e uma busca constante pela grande beleza. Ciente de sua finitude, Jep se dá o direito de escolher o que quer fazer e onde quer estar, e não se rende aos encantos mundanos. O cenário é arrebatador. O apartamento de Jep fica ao lado do Coliseu, e todas as cenas são plásticas ao extremo. Uma grande beleza de filme! Assista!
via: Folha e Carta Capital
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