A casa de campo alugada & linda de Luke Edward Hall e Duncan Campbell

“Quando você está cansado de Londres, você está cansado da vida.” É o que diz Luke Edward Hall, artista britânico, decorador de interiores, colunista de jornal e designer de coletes unissex, ecoando outro multi-hifenato criativo, o Dr. Samuel Johnson, homem de letras georgiano. Ainda assim, o sócio de Hall, consultor criativo e designer Duncan Campbell, interrompe: “Chega um ponto em que você quer um ritmo diferente, estar mais perto da natureza, ter um tipo diferente de socialização”. Os talentosos jovens percorriam o campo em busca de uma loucura nada prática onde pudessem passar os fins de semana e até mesmo consideraram uma outra propriedade, antes que a razão os levasse a algo mais usual. “É o desenho de uma casa para crianças”, explica Hall sobre a velha casa de campo de três quartos que encontraram em uma propriedade em Gloucestershire, à quase duas horas de Londres. “Uma empena, quatro janelas e uma porta.” Além de um pequeno celeiro com uma coruja residente e espaço de jardim suficiente para dar vazão aos desejos de cultivar hortaliças e flores. A casa havia sido reformada pelo proprietário, que lhes deu permissão para pintar e colocar papel de parede – o que eles fizeram, com o mesmo cromático abandono que fez de seu apartamento mignon em Londres um ícone de estilo amplamente publicado. Veja a matéria em Hardecor, AQUI. A sala de estar em Cotswolds é verde-oliva, a sala de jantar é amarelo-mostarda, o banheiro principal é lilás, um banheiro é verde-arsênico e os quartos são pintados de azul celeste e um tom avermelhado que Hall descreve como “um rosa suave.” Esse último espaço seria marrom-chocolate em alto brilho, mas, diz Campbell, “os amigos de Londres deveriam se sentir como se estivessem no campo”. Quanto ao conteúdo da casa, um glorioso garimpo, grande parte obtido de negociantes da área, mercados de pulgas, leilões municipais e até mesmo do eBay. “Eu gritei quando os vi”, diz Hall sobre os adereços de parque de diversões em formato de lira que ficam no quarto rosa. Em outro lugar, cadeira Cesca de Marcel Breuer, de cromo e palhinha faz par com uma mesa de madeira do século XIX, uma mesa de cerâmica na forma de um camelo reclinado fica ao lado de uma cadeira sinuosa e pôsteres gráficos de museu salpicam as paredes. Hall e Campbell projetaram as cabeceiras em forma de oitão, uma brincadeira com a fachada da casa, e as revestiram com veludos coloridos. “Enlouquecemos com velhos tecidos Sanderson e Colefax e os transformamos em cortinas”, entre elas persianas austríacas com babados para os banheiros. “Não é o tipo de coisa que teríamos em Londres”, ressalta Campbell. O quarto principal é o único espaço com papel de parede. A escolha recaiu sobre o padrão de folhagem, em verde, da marca Svenskt Tenn – design de Josef Frank dos anos 1940 – canalizando o prado ondulado pelo vento visto através das janelas. Sonhos de fazer algo mais intensivo, falando em termos decorativos, como pintar uma lareira para se parecer com lápis-lazúli, foram aventados, mas sumariamente rejeitados. “Você pode fazer boiserie falsa se for ficar em algum lugar para sempre”, Hall observa com um encolher de ombros. “Mas quando você está apenas alugando, tem que manter seu limite de sanidade.” Alugada ou não, a casa ficou incrível, como tudo o que faz a dupla. 

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Luke Edward Hall: https://www.lukeedwardhall.com/

via: AD Magazine, texto : Mitchell Owen e fotos: Miguel Flores-Vianna

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