Léo Maia, filho de Tim Maia, em entrevista exclusiva à Hardecor, fala sobre sua carreira bem sucedida como cantor e compositor e sobre seu relacionamento com o pai, um dos maiores nomes da música brasileira. E foi com Tim Maia que Léo aprendeu a tocar violão, com apenas sete anos, e a cantar. O garoto acompanhava Maia nos ensaios e a vida de músico aconteceu naturalmente, sem deslumbramento. Léo tem uma voz potente, carisma, é simpaticíssimo e atende as muitas fãs que o assediam após o show com carinho e atenção. Assédio aliás que acontece também por parte dos fãs de seu pai, que ficam empolgados quando escutam o melhor do repertório de Tim Maia. O jeito sedutor, tal e qual seu pai, boa voz e a simpatia. Precisa mais?
Hardecor: Faça, por favor, uma avaliação do mercado da música no Brasil hoje.
Léo Maia: Uau! Eu acho um mercado fascista, que praticamente destruiu a música, a poesia, porque hoje virou uma coisa totalmente enlatado do enlatado do enlatado, e uma boa facção dessa música nova é de uma galera que não estudou, não tem preparo musical, não conhece partitura, não conhece harmonia, não estudou teoria musical, tem um conhecimento muito superficial na minha opinião.
H: Fale sobre o seu relacionamento com Tim Maia.
LM: Um relacionamento muito bonito, de pai e filho. Ele foi um pai maravilhoso, ao estilo dos Maia me deu uma educação maravilhosa. Foi um dos meus grandes amigos, tivemos grandes momentos felizes, foi demais.
H: Quantos anos você tem?
LM: 38.
H: Imaginei que você tivesse 28, 29 anos.
LM: Eu vivo essa vida de bon-vivant, só cantando…
H: Uma vida feliz!?
LM: É, acredito que sim.
H: Qual foi a lição mais importante que você aprendeu com Tim Maia?
LM: Trabalhar, trabalho. Eu comecei a trabalhar com 07 anos de idade, então acho que o trabalho foi uma grande lição.
H: Como é para você cantar o repertório dele, que é uma figura tão importante na sua vida? Você compõe?
LM: Eu canto algumas canções minhas, algumas são até trilha de novelas da Rede Globo, enfim, eu tenho uma carreira bem sucedida, mas eu tenho uma saudade do meu pai muito grande, e eu sou muito requisitado para dar vida a este repertório do meu pai. Eu fico feliz. Sou filho de preto, tenho voz de preto. Só que meu pai era um cara esperto, arrumou uma mina muito linda, e aí deu uma cruza boa. Então é isso, aprendi a cantar com meu pai, a tocar violão com ele, então é natural que alguma coisa daquela história bata no meu coração. Deus escolhe e dá a você o que você precisa.
H: Como é ser famoso e tão assediado? Porque você tem um carisma inegável.
LM: É natural. Eu estou nessa desde criança, esse lance de cantar, compor, me fez uma criança diferente das outras. Eu sempre vivi da música, eu sempre estive nessa parada, eu não tenho um deslumbramento, e nunca tive. Nunca me fiz valer pelo nome da minha família, meu trabalho é reconhecido pelo meu próprio esforço, eu tenho meu escritório e gerencio minha carreira. Faço muitos shows, eu não paro. Graças a Deus. Minha vida é essa, cantar desde que eu me entendo por gente. Foi a forma que eu achei para me defender na vida, foi a forma que arrumei de fazer amigos, de arrumar namoradas. A música é o fio conector de tudo na minha vida. Tudo o que eu tenho eu devo à música. O ato de tocar violão e cantar sempre atrai muita gente à minha volta.
H: Fale um pouco, por favor, sobre seu próximo projeto.
LM: Saiu uma coletânea de Natal da gravadora, a LGK, cujo presidente o Líber Gadelha, é um cara que entende desse mercado. Em abril provavelmente já sai o disco novo, super romântico, com uma pegada meio acústica, eletro-acústica.
H: O novo disco já tem um nome?
LM: Eu ainda não achei um nome. Eu estava chamando de “Black no quarto”, sei lá…cada hora chamo de um nome diferente. É um disco sexy, é um disco para fazer amor. Tô com essa maldade! É isso! O disco tem a maldade e a bondade, tem um papo inocente e um papo de desejo, de levar para o quarto, de querer alguém de verdade. O disco está pronto para entrar no estúdio e depois de gravar uns dias vou fazer o Carnaval na Bahia. São oito shows em quatro dias, dois por dia, e aí segue. Já comecei o ano na “paulera”!
H: Léo, obrigada pela entrevista, sucesso sempre e cada vez mais!
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