Hotel Sou

Instalado em uma geometria de concreto vertical, quase como se fosse esculpido no material de construção, um hotel na ilha de Fukue, a maior do extremo sul do arquipélago de Gotō, no Japão, está pronto para receber seus hóspedes nos únicos três quartos que o compõem. Resultado de uma recente restauração do escritório de arquitetura Suppose Design Office, o novo endereço a oeste da Prefeitura de Nagasaki é um prédio de concreto armado, quase em ruínas, que marca através de varandas e janelas um vago limite entre espaços internos e externos. Na verdade, a natureza domina as peças existentes e recém-fabricadas, deixando que as plantas e o homem coexistam em um único ambiente, abrupto na forma, mas harmonioso no sentimento. Debruçado sobre uma zona próspera e animada, repleta de cafés, restaurantes e lojas, o Hotel Sou está situado bastante perto do porto da ilha, uma terra que vive e respira na mistura de várias culturas estrangeiras, filha das mais antigas atividades comerciais. “A ideia não era criar algo novo, mas viver em harmonia com o que já existia”, explica a turma do escritório de arquitetura responsável pelo projeto. “Ao remover os acabamentos do edifício e esculpir as aberturas de forma escultural e irregular, borramos os limites entre o interior e o exterior. Tentamos criar um contraste entre a beleza decadente e os acabamentos sólidos, entre a expressão forte e áspera da moldura da arquitetura original e os materiais naturais do novo mobiliário, como o rattan e o sisal”, explicam. O resultado é um hotel íntimo e confortável, construído no rastro de uma casa dos anos oitenta, quadrado e franjado com vegetação tropical e um terraço externo com móveis e floreiras em concreto. Para suavizar o toque áspero e frio do concreto, há o entrelaçamento e a leveza dos fios de palma que, criando sólidos geométricos, definem as unidades de arrumação tanto no quarto quanto no banheiro. Os limites entre dentro e fora são ainda mais esmaecidos com o posicionamento dos chuveiros e banheiras perto das aberturas do lado de fora, em uma referência cruzada contínua entre viver dentro de casa e viver ao ar livre. Outro elemento crucial na definição fluida do espaço são as portas de correr que, posicionadas como cenários cênicos entre um nicho e outro, remetem às residências japonesas mais tradicionais onde painéis de papel de arroz e grades de madeira, fusuma e shoji, dão ritmo ao espaço vital para restaurar a intimidade e funcionar como refúgio. Adorei!

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Hotel Sou Suppose Design: https://suppose.jp/works/hotel-sou/

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