Crazy Horse, filme de Frederick Wiseman, é, como os outros filmes do diretor, movido pelo impulso documental. Gravado em 2011, em uma casa de strip-tease parisiense de mesmo nome, o filme está longe do conceito jornalístico da ditadura da informação e dos depoimentos, embora esses ocupem um lugar no filme para retratar o mundo que espelham. “O seu interesse é explicar e destrinchar como visão artística e comportamento o recinto erótico da casa noturna, pelo grande número de experiências que transporta, todo um coletivo pelo qual a câmera parece especialmente enamorada, o que se estende ao olhar do espectador, no livre espaço de experimento estético que o filme representa. Crazy Horse não deixa de ser sobre voyeurismo, entre o olhar desse espectador e o objeto de prazer, mas sobretudo se valida como manifestação artística, com as garotas do lugar desempenhando ou simplesmente ensaiando velhos e novos números de dança e exibição, além de eventuais testes e audições”, explica o crítico de cinema Vlademir Lazo. Crazy Horse é também um filme sobre performances, e transita no ponto de encontro entre a sofisticação e a vulgaridade. Com ótima trilha, que inclui em uma das cenas finais trecho das Bachianas de Heitor Vila-Lobos, Crazy Horse é do tipo imperdível. Veja o TRAILER AQUI.
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