Salvador Dali foi um expert em marketing. Exibicionista, sabia tudo e mais um pouco, e se promovia como ninguém. Suas aparições eram bombásticas, e ele fazia questão de divulgar. O efeito era estranheza pura e a fama de Dali se espalhava cada vez mais. Ver um dos filmes que o artista espanhol produziu e protagonizou é além de divertido, uma aula de auto promoção e de arte. Lembrando que os filmes foram feitos antes da metade do século passado, pode-se dizer que Dali era além de artista, um visionário ao prever a ascensão de Hitler ao poder ao mesmo tempo que se dizia chocado e contra-indicava o culto ao nazista, seguramente um dos maiores facínoras da história da humanidade. Dali acertou mais essa. Considerado um dos maiores pintores da história, conhecido especialmente pela obra de vertente surrealista, Dali está com seus trabalhos expostos no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro. A exposição, com curadoria de Montse Aguer, apresenta cerca de 150 obras do artista, entre pinturas, gravuras, documentos, fotografias e ilustrações. A mostra abrange as diversas fases criativas do pintor, com ênfase no período surrealista, que o consagrou e no qual refletiu seu imaginário singular. Porém, nem só de relógios derretidos vivia Salvador Dali e sua linda Gala. Acredite, e tente com firmeza ver os filmes do artista. São lindos, poéticos e muito loucos. Você vai, assim como eu, se achar normal. A exposição fica no CCBB do Rio de Janeiro até 22 de setembro, e depois segue para São Paulo no Instituto Tomie Otake. Não perca.
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