Carlo Mollino foi um arquiteto que se comprometeu igualmente com a arte e com a técnica, encarnando a figura do polímata renascentista italiano no contexto da modernidade. Desportista e intelectual culto, além de desenhar edifícios, interiores e mobiliário, foi fotógrafo, escritor, esquiador e piloto de acrobacias e professor da Politécnica de Turim. Na década de 1930 estava entre os poucos arquitetos, internacionalmente falando, a introduzir elementos da arte e cultura surrealista no Movimento Moderno. Livre de qualquer posição ideológica rígida, passou a definir uma forma sintética de ecletismo que prefigurava o contemporâneo. Tomando a natureza como fonte de engenharia e beleza harmoniosa, Mollino estava essencialmente em busca de leveza e dinamismo, qualidades que infundiu animadamente em sua arquitetura orgânica. Um prazer inato por contar histórias coloriu todos os aspectos de seu trabalho: “Quem não é um animal e, portanto, tem a consciência e a dignidade de um ser humano, o ser humano mais pobre que nunca renegou sua própria individualidade, sentirá essa necessidade: se encantar e encantar, se expressar.” Carlo Mollino nasceu em 6 de maio de 1905, em Turim, um dos centros industriais e culturais mais dinâmicos da Itália. Era filho do engenheiro civil Eugenio Mollino e de Jolanda Testa. Eugenio, que se formou no Politécnico de Turim, foi um dos engenheiros mais prolíficos e estimados da cidade. Durante sua carreira construiu mais de 300 prédios de diferentes tipologias, incluindo o maior hospital da cidade. Carlo teve uma infância próspera em Rivoli, município fronteiriço com Turim, na vila familiar neogótica do século XIX, cercada por um grande parque povoado de árvores centenárias. Filho único, o pequeno Carlo foi mimado em um ambiente puramente feminino enquanto seu pai seguia sua carreira profissional com grande determinação, embora não sem dedicar atenção ao filho, educando-o pragmaticamente nas tecnologias modernas, como motores, fotografia e aviões. Mollino era mesmo um cara incrível. Saiba mais sobre no próximo post. Te espero!
Carlo Mollino: https://www.carlomollino.org/
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