Mirante do Gavião, um hotel lindo na floresta amazônica, foi uma escolha para lá de feliz. Por sua riqueza natural, este lugar é considerado um dos ecossistemas mais ricos e importantes do Amazonas. Localizado em Novo Airão, à beira do rio Negro, o hotel foi projetado pelo “Atelier O’Reilly Architecture & Partners”, que tem escritórios aqui e na Espanha. O projeto foi desenvolvido, baseado em um planejamento totalmente sustentável e previu o uso de ferramentas, materiais e tecnologias construtivas locais e autóctones que minimizaram o impacto ambiental. A comunidade ribeirinha há anos constrói barcos em madeira através de uma tecnologia passada de pai para filho. Para aproveitar a mão de obra local fomentando o aprendizado desta técnica entre a própria população, a pousada foi desenhada como um barco invertido, permitindo que a técnica conhecida fosse aplicada na obra. Unidades habitacionais, áreas operacionais, áreas de serviços e recreação, entre outros usos, foram projetados para interagir com a paisagem natural, que é clara protagonista do hotel. A ideia foi elevar o nível do “construído” e deixar que a natureza seguisse crescendo sem barreiras, de uma forma selvagem e natural sem impermeabilizar o solo. Aproveitando a arquitetura vernacular, os chalets foram levantados em pilotis deixando prevalecer uma ventilação inferior, o que permitiu a redução da umidade, o que diminui a temperatura interna. A proposta envolve tipologias com palafitas muito altas e relacionadas entre si, por sistemas de circulação elevados, decks. Desta forma, a arquitetura repousa sobre o terreno, mas claramente não tem impacto sobre ele. O projeto busca integrar arquitetura, paisagem e sociedade, em solução moderna de fato. O que mais gostei? Além do lugar ser lindo, a vista do mirante do próprio hotel é deslumbrante, a comida para lá de ótima e a turma do restaurante ultra gentil. Mas o que mais me impressionou foram os lençóis. Brancos, é claro, e pesados e macios. Adorei! No meio da floresta, uma roupa de cama tão gostosa e sofisticada. Ponto, mais um, para o Mirante do Gavião!
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