Minha visita à fábrica da Bordallo Pinheiro, em Caldas da Rainha, Portugal, era uma fantasia antiga. Minha companheira de viagem, Suzana, topou ir à cidade, que fica a pouquíssima distância de Óbidos, onde estávamos, antes de pegar a estarda rumo à Lisboa. A fábrica foi fundada em 1884 por Rafael Augusto Bordalo Pinheiro, artista português, de obra vasta publicada em dezenas de livros e precursor do cartaz artístico no país. Desenhista, aquarelista, ilustrador, decorador, caricaturista, jornalista e ceramista, além de professor, Pinheiro, segundo a opinião de conceituados artistas atuais, tinha o toque da genialidade. Peças de enorme dificuldade técnica, qualidade artística e criativa, em diferentes superfícies como azulejos, painéis, potes, centros de mesa, jarros, bustos, fontes e lavatórios, pratos, e os famosos animais agigantados, fizeram a fama da Bordallo Pinheiro, que realizou exposições no Brasil, e conquistou prêmios em muitas exposições internacionais. A fauna e a flora foram e ainda são, fonte de inspiração para as cerâmicas, que podem ser encontradas em todas as cidades de Portugal, muitas vezes com peças mais diversificadas e em maior número do que na loja da fábrica. Ah! Vale lembrar que em todas as lojas o preço é o mesmo, e ótimo. A andorinha, a primeira das peças a ficar bem conhecida, é linda e hoje encontrada em várias versões. A fábrica fez uma parceria com artistas brasileiros que desenharam peças conceito para a marca, expostos na loja da fábrica. Isabela Capeto é a autora de uma das mais legais, e a impressão é de que ela é uma Bordallo Pinheiro desde sempre. A empresa não tem representantes no Brasil, então, leve uma mala maior para trazer a sua. São todas lindas! Eu? Comprei a sardinha tradicional, a andorinha, alguns pratos e um vaso em forma de peixe, maravilhoso. O menor, pois o grande não caberia na minha mala!!