Minha visita à Évora, em Portugal, se deu a partir de Lisboa. A cidade, considerada patrimônio mundial pela Unesco em 1986, data do tempo dos romanos. A era dourada aconteceu no século XVI, quando foi residência de reis portugueses e local de férias da aristocracia, o que explica o enorme patrimônio artístico e cultural desta que é a porta de entrada do Alentejo. A arquitetura das casas brancas, os azulejos e as varandas, fazem de Évora o melhor exemplo de uma cidade do auge da História de Portugal depois da destruição de Lisboa no terremoto de 1755. Visitar Évora hoje é uma inspiração como foi no passado, quando serviu de modelo para a criação de algumas cidades “portuguesas” no Brasil, como Salvador, na Bahia. Além de patrimônio único no país, a região em torno de Évora conta com uma das mais antigas e monumentais paisagens arqueológicas megalíticas da Europa, perfeitamente integrada na paisagem rural, sendo o recinto megalítico dos Almendres o expoente máximo. A visita à Évora pode ser feita em apenas um dia, saindo de Lisboa pela manhã, de ônibus, e voltando no fim da tarde. Se você for de carro, aproveite para parar na Quinta Pêra Manca e provar um dos melhores vinhos portugueses. A Catedral de São Francisco merece uma visita especial e devo confessar que a Capela dos Ossos, no interior da igreja, me impressionou demais. Pode parecer tétrico um lugar recheado de ossos, mas posso garantir que não tem nada de horrível. É possível perceber o humor e a ironia pretendidas pelos três monges responsáveis pelo projeto, que, dentro do espírito da contra-reforma religiosa, de acordo com as normativas do Concílio de Trento, pretenderam transmitir a mensagem da transitoriedade da vida, tal como se depreende do célebre aviso à entrada: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. Imperdível!
Vinícola Pêra Manca: http://www.cartuxa.pt/pt/
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