Filme mais do que fofo, de 2019, tailandês, Happy Old Year trata da tentativa de desapego de praticamente tudo o que está dentro da casa de uma jovem mulher, interpretada pela excelente Chutimon Chuengcharoensukying, e de sua família. O objetivo é promover uma reforma em casa para abrigar um escritório bem minimalista para si própria, além das dependências para a família, bem acumuladora. O aparente desprezo pelo passado e pelos objetos que o representam confundem nossa protagonista na medida que a percepção da importância das memórias e respectivos objetos na sua vida e na vida de sua família fica claro. Achar alguns pertences do ex-namorado abala a confiança no descarte indiscriminado. “A intangibilidade tecnológica é prática, mas exaure a experiência de encantamento. A mãe da personagem sabe disto, e não quer se desfazer do piano antigo que era tocado pelo marido que a abandonou, aquele instrumento musical foi testemunha de momentos lindos e alegres da família, apesar de saber que aquela memória física no ambiente traz também sofrimento. O filme nos conduz por um processo sóbrio e terno de aprendizado, quando a jovem sente na pele a dor de ser descartada”, explica Octavio Caruso, que assina o blog Devo Tudo ao Cinema. O roteirista e diretor tailandês Nawapol Thamrongrattanarit fez um ótimo trabalho. O filme é lindo, a trilha é maravilhosa, e merece muito ser visto. Na Netflix!
Happy Old Year, na Netflix: https://www.netflix.com/br/
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