A exuberância do modernismo brasileiro está em exibição no Bronx, Nova York. A exposição “Brazilian Modern: The Living Art of Roberto Burle Marx”, ou “Modernismo Brasileiro: A Arte Viva de Roberto Burle Marx”, foi inaugurada em 08 de junho último, no New York Botanical Garden. A maior exposição botânica já montada pelo NYBG, é tributo mais do que merecido para Roberto Burle Marx, um dos mais significativos artistas/paisagistas brasileiros do século XX. Para isso, o NYBG transformou o gramado do Conservatório Enid A. Haupt em um jardim modernista luxuriante, reproduzindo os projetos arrojados de Burle Marx por meio de impressionantes caminhos com padrões em preto e branco, canteiros curvilíneos e, uma das grandes características do trabalho do artista, água, recriando a aparência de um de seus trabalhos, na sede do Banco Safra, em São Paulo. Os visitantes passeiam em meio a palmeiras, orelhas de elefante, bromélias, coleus e outras plantas que Burle Marx usava em seus projetos. O interior do Explorer’s Garden promove a jornada ao mundo da floresta tropical da América do Sul, enquanto o Water Garden destaca o uso que Burle Marx fazia de plantas de várias regiões e inclui uma mistura dos nenúfares do NYBG e dos nenúfares tropicais. Raymond Jungles, arquiteto paisagista de Miami, protegido de Burle Marx na década de 1980 e início dos anos 1990, projetou os três jardins para o NYBG. “Esta é a maior exposição “viva” que já fizemos”, disse Todd Forrest, vice-presidente da Arthur Ross para projetos de paisagismo no NYBG, “e combinou com o espírito de Burle Marx, maior que a vida”, completa. Na Galeria de Arte da Biblioteca Luesther T. Mertz, uma coleção de desenhos de paisagens, pinturas, desenhos e tecidos de Burle Marx é exibida, e na Rotunda o visual de sua casa – onde ele adorava entreter convidados com elaborados jantares – é recriado, permitindo aos visitantes traçar um paralelo entre a sua visão artística e paixão pelo paisagismo. A obra de Burle Marx é vibrante e abstrata e seus jardins e espaços públicos impressionam pelo uso de curvas arrojadas e sensuais. “Roberto Burle Marx era uma obra de arte em estado puro”, disse Edward J. Sullivan, Ph.D, professor da Helen Gould Shepard de História da Arte e vice-diretor do Instituto de Belas Artes da Universidade de Nova York, e curador da exposição. Burle Marx, que nasceu em 1909 e morreu em 1994, foi protagonista do movimento de arte e jardinagem modernista da América Latina na segunda metade do século XX. Criou mais de 3.000 projetos paisagísticos em sua longa carreira, e um dos mais conhecidos é sem dúvida o calçadão de pedra portuguesa ondulante da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e o projeto para o Key Biscayne Boulevard, em Miami, que só foi instalado dez anos após sua morte. “Brazilian Modern: The Living Art of Roberto Burle Marx”, que também apresenta performances de música e dança brasileiras, vai até 29 de setembro de 2019. Agende-se!!
New York Botanical Garden: https://www.nybg.org/event/the-living-art-of-roberto-burle-marx-2/
Raymond Jungles: https://www.raymondjungles.com/
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