O maximalismo de John Demsey é levado as últimas consequências, em uma estética que celebra não apenas a busca pelo objeto certo, mas também a sua exibição, em conversa com itens únicos. Não se trata de dinheiro; não se trata de sabor. É sobre o olho de quem vê. A townhouse de John Demsey em Nova York é indescritível, glória capturada em um grande livro, “Behind The Blue Door: A Maximalist Mantra”. Da editora Vendome, com fotografias de Douglas Friedman e texto de Alina Cho, pode ser encontrado na Amazon e livrarias independentes. O meu? Comprei na Prince Books, em São Paulo, um lugar cheio de livros lindos.
Tom Teicholz, jornalista que assina o original desse artigo, compara a maneira como Damsey organiza seus objetos aos museus de colecionadores, como o Museu “Sir John Soane”, em Lincoln’s Inn Fields, arquiteto outrora proeminente, com uma coleção excêntrica de arte, móveis e curiosidades, desde sarcófagos egípcios até um armário com páginas escondidas de ilustrações de William Blake. A alegria do colecionador, a conversa que conseguiram criar entre os objetos, o seu gosto, está tudo em evidência.
O que leva a John Demsey, cujas paredes e superfícies exibem uma vida inteira de coleções – pinturas e gravuras, esculturas, fotografias, móveis, artigos de decoração, incluindo tapetes e papéis de parede personalizados, bugigangas – até mesmo forros de blazers. Demsey é consultor sênior da L. Catterton, e trabalhou décadas na Estée Lauder. Portanto, o olho é uma combinação de boas referências e influências.
O livro de Demsey é de grande formato, superdimensionado, com lindas fotografias coloridas dos cinco andares e muitos dos itens da casa que John montou trabalhando em estreita colaboração com a amiga e designer de interiores Bibi Monnahan. O livro é organizado como um passeio desde a entrada até o telhado, cada andar com seu próprio capítulo, com Cho nos conduzindo pelo caos controlado das curiosidades, coleções e combinações decorativas de John em cada andar e em cada sala. Cada centímetro do espaço é ornamentado, cada superfície preenchida com itens. Coisas que poderiam ir para uma mesa aparecem nas paredes. Itens que você pode encontrar em um armário aparecem em uma moldura na parede. Existem animais de todos os tamanhos, reproduzidos em todos os meios concebíveis. Há fotografias de moda, e depois mais fotografias, obras de Roy Lichtenstein, Andy Warhol e amigos artistas, pinturas de sua mãe artista, Renée Demsey, cerâmicas, pratos, fotos de celebridades como Brigitte Bardot, Bianca Jagger chegando para sua festa de aniversário no Studio 54 em um cavalo branco, Andy Warhol, David Bowie, Grace Jones, Rainha Elizabeth e aqui e ali, entre as imagens, fotos de John e sua filha.
Parte da diversão de Behind the Blue Door é que você precisa voltar e revisitar cada foto e cada andar, porque toda vez que você faz isso, você nota algum outro item incrível, alguma piada engraçada que John fez, alguma foto, pessoa ou artista cujo trabalho requer atenção para ser identificado. Um verdadeiro “onde está Wally” no Le Marché aux Puces, o mercado de pulgas de Paris. Adorei!
Prince Books: https://princebooks.com.br/behind-the-blue-door-john-demsey
via: forbes.com
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