A especialista em cores Márcia Holland em entrevista exclusiva à Hardecor I

"Color Material and Finishing, a Essência das Cores", do inglês que significa cor, material e acabamento superficial é uma área presente em muitos âmbitos de design e arquitetura e tem seus conceitos explorados na trilogia assinada por Márcia Holland

Autora do primeiro livro de CMF na língua portuguesa – CMF A ESSÊNCIA DAS CORES – lançado em maio de 2024, em São Paulo, Márcia Holland é formada em artes (FAAP) e arquitetura e urbanismo (Mackenzie), Mestre e Doutora pela FAU-USP. No currículo, inúmeros cursos de aperfeiçoamento nas universidades de Harvard, Montreal, Salamanca, State University of New York e Inteligência Artificial pela UNICAMP. Membro do CMG USA – Color Marketing Group e CAUS Color Association of USA, consultora de inovação e tendências em diversas empresas brasileiras e multinacionais. Holland atende empresas têxteis, de revestimentos, materiais e produtos nas áreas de design e arquitetura, e tem total domínio sobre o tema.  Professora universitária há 39 anos, é diretora de pesquisa do Portal de Tendências, membro de diversos comitês consultivos de inovação e conselhos empresariais.

O CMF- Color Material and Finishing, a Essência das Cores”, do inglês que significa cor, material e acabamento superficial é uma área presente em muitos âmbitos de design e arquitetura. Na área industrial relaciona aspectos cromáticos, táteis e decorativos na criação e manutenção da identidade de produtos, ambientes e até sistemas de transporte. O CMF está atrelado a tendências e contribui de forma significativa para a venda de produtos, e é indicado aos designers de produtos, de interiores, arquitetos, decoradores e profissionais de branding, e “explora a interseção entre arte, ciência, tecnologia e emoção. É uma jornada emocionante pela compreensão, aplicação e apreciação das cores, fundamentada na revolucionária técnica interdisciplinar CMF”, segundo Lincoln Seragini, nome fundamental do design brasileiro e quem assina o prefácio do livro.

Rico em ilustrações e produzido por um rígido controle gráfico e colorimétrico o volume – primeiro do assunto na língua portuguesa – sugere ao leitor vivenciar ao longo da publicação o entendimento a exemplos de aplicações mais do que complexos. Divido em sete capítulos, CMF, A Essência das Cores, entra em questões técnicas advindas das teorias tão antigas como a ótica de Isaac Newton e a descoberta da luz como onda eletromagnética pelo físico alemão Heinrich Hertz até os conceitos contemporâneos de psicofísica de Mark Fairchild.

Márcia concedeu entrevista exclusiva à Hardecor, a seguir. 

Hardecor: Como você define a relação entre cor, material e acabamento (CMF) e por que é fundamental entendê-la no design?
Márcia Holland:
No design contemporâneo, cor, material e acabamento formam uma tríade indissociável. A cor nunca se manifesta sozinha: ela depende da textura do material e do tipo de acabamento para expressar sua verdadeira natureza, além de alterar a sua percepção conforme a luminosidade e as cores do entorno. Entender essa relação é fundamental porque o impacto sensorial de um espaço ou produto é resultado da integração desses elementos, que, juntos, modulam o conceito do espaço e do produto tais como, profundidade, temperatura e até a percepção emocional.

H: A métrica da cor é um conceito importante. Quais ferramentas ou métodos você recomenda para medir e avaliar cores em projetos?
MH:
A métrica da cor exige precisão. Existem casos e situações diferentes e ligadas às políticas de qualidade. Na visão técnica e aplicada na indústria, há necessidade de verificar o padrão (aquilo que foi especificado) e a amostra (aquilo que o fornecedor apresenta para a aplicação). Na colorimetria, utilizamos o sistema comparativo entre padrão e amostra. O propósito do projeto indicará qual será o nível de precisão em termos de distorção. Para medir e avaliar cores, recomendo o uso de colorímetros e espectrofotômetros e utilizar as metodologias consagradas para o cálculo de desvio.

Para situações onde a precisão necessária não alcance duas casas decimais, mas há necessidade – claro – do cumprimento do padrão indico utilizar sistemas com classificação universal tais como (Natural Color System), RAL, Pantone, dentre outros. Estes sistemas apresentam leques muito bem construídos, os quais podem ser utilizados como referência. Além disso, o aspecto fundamental é analisar o tipo de fonte luminosa que será aplicada no espaço ou sobre o produto. As amostras físicas de diferentes materiais e acabamentos devem ser testadas sob variadas condições de iluminação.

H: Como uma cor se transforma em tendência? Alguma previsão ou mudança que você já esteja observando?
MH: Uma cor de tendência é representativa pela reunião de atributos que carrega a partir de movimentos socioculturais, mudanças tecnológicas e novas necessidades emocionais da sociedade. Atualmente, vejo uma forte ascensão dos tons naturais, terrosos e das cores que trazem uma sensação de cuidado e acolhimento — como os verdes dessaturados e os beges quentes —, refletindo um desejo coletivo por conexão e bem-estar em tempos de instabilidade.

Veja a continuação dessa entrevista no próximo post! Te espero. 

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