Tentativas de Fazer Algo da Vida, livro de Hendrik Groen

Tentativas de Fazer Algo da Vida, livro de Hendrik Groen, foi lançado na Holanda há dois anos e fez enorme sucesso. Com tradução de Mariângela Guimarães, conta a vida de Groen, na verdade um pseudônimo, no asilo público onde reside. A cidade é Amsterdã, e este homem de 83 anos e meio, narra em seu diário notas para serem lidas pelo seu melhor amigo em seu velório. Caso, é claro, o amigo resista à ele, pois é igualmente idoso. Ali, ele descreve não apenas o inferno que pode ser envelhecer, mas também os problemas da casa de repouso onde passa seus últimos dias. “Bonito nome, ‘sala de estar’, mas vende gato por lebre. ‘Salão RRR’ seria melhor. Os três erres significando: resmungar, reclamar e ridicularizar. Tarefas diárias, para alguns”, escreve em certa parte. “Também fui ao médico. Ele estava doente. Em caso de emergência, podemos ir ao médico de uma casa de repouso concorrente. Tem gente que prefere morrer a deixar ‘o charlatão do Lar do Crepúsculo’ olhar seu enrugado saco de ossos. Já outros querem ser levados de helicóptero para o hospital por qualquer um. Para mim, não faz diferença qual médico me diz que já não há muito a ser feito.” Como é de se esperar, pouco de realmente empolgante se passa – o livro é salvo por conta do olhar irônico, espirituoso e às vezes ranzinza do protagonista. Os momentos mais dinâmicos acontecem graças ao clube “Tô-velho-mas-não-tô-morto”, que reúne alguns poucos idosos moradores que tentam com afinco tornar a vida mais interessante e movimentada. O livro é de uma fofura e de uma crueza singulares. Vale muito a pena. Leia! 

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Capa do ótimo livro “Tentativas de fazer Algo da Vida”, assinado por Hendrik Groen, um pseudônimo

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